sexta-feira, 20 de junho de 2008

Espelho!

"Ao te refletir, um espelho em si, vira quadro, ou vira arte,
Salvador Dalí não ousou imaginar-te"
Algo que não me fascina muito é poder olhar para o espelho logo pela manhã, mas muitas pessoas devem achar isso o máximo, e num dia desses me peguei pensando num bom motivo para tal veneração.

Não querendo desmerecer a poesia contida nessa letra do Jorge Vercillo, quero tentar partilhar como um objeto tão simples pode ser motivo de fascínio para muitas pessoas.

É preciso entender primeiramente, que o reflexo de um espelho nada mais é do que a nossa realidade invertida, certo? Esse ponto é fundamental para que possamos entender que é essa "realidade invertida" (se é que podemos chamar dessa forma!) é a realidade na qual estamos acostumados a nos ver, dia após dia. Por exemplo: Se o nosso cabelo é penteado para o lado direito da cabeça, quando refletido no espelho passa a ser um penteado para o lado esquerdo.

A partir disso, podemos questionar a forma como nós nos vemos diante de um espelho, se é a forma como gostaríamos de nos ver, ou se é a forma como o espelho mesmo nos reflete, ou por simples vaidade mesmo?

A subjetividade humana, nos explica o Padre Fábio de Melo, nos diz a respeito sobre tudo o vem caracterizar o ser humano, como por exemplo, seus hábitos, desejos, gostos, ou seja, tudo o que é peculiar de cada indivíduo. Muitas das vezes somos nós mesmos quem colocamos nossa subjetividade de lado, e às vezes pelo simples fato de que, nos deixamos levar, ora por imposição de algo ou alguém, ora por desconhecimento de si próprio.

É preciso que nos conheçamos profundamente, para que não façamos da nossa vida como um espelho, só assim conseguiremos viver de uma forma que não seja invertida, e também que não nos seja imposta, para que sejamos autênticos. É difícil falar sobre autenticidade nos dias de hoje, pois grande parte da sociedade não tem coragem para assumir suas próprias qualidades, defeitos, e assumir sua própria subjetividade. Viver dessa forma é viver de forma indigente em meio a tantos indigentes. Não se pode construir (ou formar) uma sociedade feliz, com pessoas que tenhas suas opiniões formadas se as pessoas não se conhecem.

Aquela famosa idéia do espelho: "Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito do que eu¿" Se você vive preocupado e se ainda se pergunta isso, eu tomo a liberdade de te responder: "Sim, existe!" Pois a beleza não está em quem idolatra a si mesmo diante de um objeto, ou idolatra até mesmo tal objeto. A maior bem-aventurança está em ver e conhecer a essência, a beleza da vida está dentro de você, a sua essência é o seu valor, e nela estão as suas verdades.
"Que nossas vidas possam ser um reflexo da Sua vida, Senhor Jesus!"

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